domingo, 17 de maio de 2009

Western urbano

Quarta-feira eu estava indo para o trabalho e presenciei a cena mais insólita dos últimos tempos (pelo menos na minha vida...). Foi assim: depois que algumas empresas resolveram diminuir a quantidade de ônibus e que o Ana Rosa ficou mais cheio do que auditório do Sílvio Santos, eu passei a ir trabalhar de metrô. Cheguei na estação Santana, subi no metrô e estava bem quietinha, parada em frente ao banco dos velhinhos, que, milagrosamente, estava vazio quando paramos na estação Luz. É que, por causa da integração com o trem, é aqui que a coisa começa a pegar. Ficou realmente cheio, mas o banco cinza continuava sem ninguém. Chegamos na São Bento e subiu mais gente. Neste ponto, notei que duas senhorinhas avistaram o banco vazio à minha frente. Uma estava à minha direita e à esquerda. Num impulso, olhei para os dois lados e vi que, num milésimo de segundo, as duas se olharam e começaram a correr em direção a mim. Juro que até ouvi aquela musiquinha de faroeste que toca sempre que os inimigos se encontram para o duelo ao por do sol. Só faltou as duas cuspirem no chão!
Em meio segundo, elas estavam me amassando pra ver quem sentava primeiro. Num movimento digno de contorcionistas do circo Stankowich, a velhinha da esquerda passou por debaixo do meu braço e se jogou no banco. A outra ficou muito pê da vida. Daí a contorcionista olhou bem pra cara dela e ajeitou a franjinha, que lhe caía nos olhos. Dava pra ouvir os impropérios pensados pela perdedora...

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