quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Então, é Natal...

Às vezes, eu acho que estou sendo filmada porque acontece cada coisa comigo que só roteiro de novela mexicana ou de pegadinha do Mallandro...

Dia desses eu tava indo encontrar meu amigo Louis para irmos a um aniversário e como estava meio arrumadinha me recusei a ir de ônibus. Liguei pro taxi, agendei e pronto. Claro que, só porque odeio atrasos, o cara chegou 10 minutos depois da hora combinada, mas enfim...

Sempre pego os taxistas mais faladores, então comecei aquele papo-cabeça com meu personal condutor: tempo, futebol, política... e viagem. Ele me contou que ia fazer um cruzeiro com a família, que pagou aos pouquinhos, que é o melhor jeito de viajar... À parte o trânsito, absurdo para um sábado à tarde, tava indo tudo bem. Até entrarmos na Paulista...

Por causa dos malditos enfeites natalinos, o povo congestiona a Paulista para tirar fotos e ver o coral cantando músicas irritantes sobre renas e neve (suuper brasileiro). Sem saber o que me esperava, comentei a decoração. Mal deu tempo de eu completar a frase e o moço abre a janela e começa: "Eu gosto muito do Natal, sabe, doutora. Acho lindo essas decorações, as músicas. Me lembra minha infância... (olhos ficam vermelhos). Doutora, eu perdi minha mãe faz 1 ano e meio (olhos ficam vermelhos, molhados e a voz falha). Desculpe, doutora, mas é muito duro, viu. Ainda não me acostumei. Eu era muito apegado à minha mãe..." (olhos, bochechas, pescoço molhados).

Eu não sabia o que falar, o que fazer e, nessa altura do campeonato, o que pensar. Fiquei olhando para o retrovisor enquanto ele me pedia desculpas, enxugava o rosto e continuava: "Doutora, é muito triste isso, viu. É muita dor..." (eu digo: 'imagino' e balanço a cabeça).

Tudo o que eu queria era chegar! E a Paulista parada, e eu desesperada, ligando para Louis e dizendo que ia atrasar. E o moço chorando...
Depois de uns 10 minutos ouvindo conselhos sobre beijar a mãe, abraçar a mãe e tal, cheguei ao destino. O moço fez questão de abrir a porta pra mim, me deu um abraço e, de novo, me pediu desculpas.

Eu disse 'imagina, qué isso, fique bem...' e fui, naquele clima 'animado' pro aniversário.

Tá vendo porque não gosto de Natal?

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